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Em cada ícone "PÁGINAS", ainda em construção, tem parte da minha "arte" antes de chegar ao Drupismo. Apreciem! Agradecidamente, Lee Kauê.

LIVROS - POESIAS





Jujubas, whisky, sexo e rusgas é um livro de poesias onde duas amigas Dicássia e Lee Kauê se uniram para celebrar a amizade. Dicássia (Silvia de Cássia Santos Paulo – Professora de Português/Literatura e Bancária) e Lee Kauê (Viviane Araújo de Lima – Artista Plástica e Farmacêutica). O livro possui diagramação diferenciada, em que as poesias foram dispostas de diversas maneiras: Frente, Verso, Inverso, Lugarizado, Datado ou Não. O prefácio conta com a participação de Jovany Sales Rey - Roteirista, Poeta, Dentista, Teatrólogo, Historiador, Pesquisador e Amigo de Lee Kauê e Dicássia. O livro é composto por 51 poesias de Dicássia e 51 poesias de Lee Kauê. Vários estilos, épocas, fases.


Dedicatória
Existem pessoas que suponho que sejam “ESCOLAS”. Vem a nossa vida para nos ensinar. Às vezes fazendo muito, às vezes não fazendo nada e às vezes nos incomodando – despertando nossos karmas latentes... E ai o tempo percorre os segundos digitais e analógicos e chega à sabedoria, com “s” maiúsculo, numa plataforma qualquer da Estação Vida. E nos faz sentir o porquê de cada pessoa em nossa vida. E muitas dessas pessoas me foram (outras continuam e serão) tão importantes que é preciso agradecer pela vida delas e é por isso que faço a dedicatória às seguintes pessoas:

À “Poeirinha de Estrela” – M.G.V. - por me mostrar e me acompanhar no experienciar do amor humano e eterno. À “Verdade de Pernas Longas” – M.P.M. - por me mostrar e me acompanhar no experienciar do desumano finito. À amiga e poeta Dicássia, por ensinar equilibrar o humano eterno e o desumano finito através do processo de criação – poesia e pintura.

À minha “irmã astral” – Boneca Falante - Vanessa P. Furquim, por traduzir em palavras balsâmicas toda “Dor e Delícia” do meu transmutar. À incógnita presença nunca presente da Alessandra Barberino, por nortear o meu caminhar com fundamentos holísticos. Às mulheres: Z, Zu, Dê, Majô, Fátima, Margarida, Islair, Eriquinha, Ivalcelle, Cléo, Valdirene, Camila (Kamy Kauê) e Maria Duda, por me ensinarem o feminino existente da menina à mulher. Aos homens: Donizete Coutto e Wagner de Oliveira por me ensinarem a importância do masculino. Aos meus bauzinhos de inspiração: Nayara Lima e Jovany Sales Rey. À minha professora do pré, Filomena do Carmo Pereira Melo (Dona Meninha), por ter me alfabetizado. E principalmente a uma Graça conhecida.


Justificativas:
“meus poemas são escritos em minúsculo por que suponho serem o embrião da prosa que um dia escreverei em maiúsculo, se houver tempo”. (Lee Kauê)


Segue algumas das poesias contidas no livro e de autoria de Lee Kauê:

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anjinho crescido
(para MGV)


que saudade
de acordar e ver seu rosto
mergulhado no travesseiro
olhando com um só olho
para o lençol
        (feito avestruz...)

que saudade
de ver sua bela cabeleira
ajudando o aninhar
da sua face
(que tanto me seduz)

que saudade
de ficar espiando
seu dormir
parecendo anjinho crescido
eu esperava seus olhos abrirem
dava-lhe um beijo
trazia para junto do meu peito
e fazia cafuné
até a hora de levantar e fazer café

que saudade desse tempo
que saudade de você
que saudade do que também
não é

Belo Horizonte 24052003
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por não aceitar


que nó é esse
que você deu
em minha garganta

por que
em seu sorriso
você colocou
algo que me espanta

pra que
essa ausência
que tanto me espanca

só por que “te amo”?
ou é por que
não aceita me amar?

Alfenas 08062003
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setas e metas


cunhei
a possibilidade
de viver
sem o todo
que te compõe

sonhei
a possibilidade
de viver
com o todo
que te compõe

cunhei e sonhei
possibilidades
metas e setas
para conquistar-te
e conquistei

até quando?
sinceramente
não sei...

Belo Horizonte 03122003
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fogo na pele


fez-me sentir nesta noite de verão
a pele úmida em toda sua extensão
vales, montes e reentrâncias

fez-me sentir quão bela pode ser
esta minha, nossa, nova estância

me tirou a blusa, a saia
deixando-me nua, sem me tocar

fez meu corpo estremecer
com gosto e gozo da primeira vez

deixou minha respiração ofegante
meu coração zabumbante
e por fim, estendeu teu corpo
sobre meu corpo
desejante pelo teu corpo inteiro

boca, pescoço, mordidas, beijos, vulva úmida
alma, amor, presença (ainda que ausente)

eram quatro e pouco da manhã
quando nos amamos
fogo na pele pela primeira vez
adormeci exausta
e acordei te poetando

Presidente Prudente 27122009
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não queira você...


não queira você que
há pouco tempo conheço
receber poemas meus

não queira você que
há pouco tempo conheço
ser minha fonte de inspiração

pois tudo pode não valer
e em pouco tempo escrever
um findar antes do iniciar

espera um pouco antes de pedir
aliás, não peça e receberá

mas bata se quiser entrar
e estarei nua
esperando você em mim
e estarei nua
para dizer somente sim

e quando menos esperar
serei inteiramente sua
e será inteiramente minha

não só fonte de inspiração
mas
minha mais nova namorada

Belo Vale 02082004
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solteira


nasci fêmea
crianci menina
adultei moça

hoje mulher
avassaladora
tímida, romântica

amanhã
mãe

depois

e se infértil?
então nó!

Faina 31012006
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Sobre a Autora
         Viviane Araújo de Lima nasceu em 1978 em Campos Gerais - MG. É Claro que nenhum dos fatos - não ser nascida em 64 ou nascer no sul de Minas - interferiu em sua geologia: Viviane é pedra, é "fiorde", é forte - é Lee Kauê. Antes de se descobrir rocha, ela se descobriu na capital mineira - centro das ebulições culturais das mais relevantes do país. E foi ali que a eterna menina diz ter aprendido a perceber os seus sentimentos do mundo, aflorando em forma de palavras transcendentais e, destas, surgindo em celulose.
        Não se nasce em Minas em vão - é muito som, é muito tom, é muita cor.
        Num momento necessário ao movimento quando o tempo inicial é zero, Viviane descobriu-se a fazer Farmácia (UNIFENAS) e muitos perceberam a artista plástica que ela sempre foi. Não é possível passar incólume a seu sorriso, ao seu olhar, as suas caixas e as suas esculturas. E às suas pinturas? A cor é uma conseqüência da construção que Viviane faz no seu dia-a-dia de ser uma pré-adolescente com idade para ser mulher e mulher eternamente criança. Não adianta. Viviane é. Nós que aqui estamos, comprometemos nosso futuro - ser fãs de Viviane (Lee Kauê) - poeta , eternamente poeta que as vezes se pensa pintora (das grandes!), as vezes é cantora (sentimental!) , muitas vezes é artista plástica(traduz em materiais os mais inusitados as palavras que habitam seu existir). Viviane Araújo de Lima constrói , um mundo novo, em que ainda há espaço para indagações .
        Realmente , não é possível fazer-se a biografia dela - afinal, são apenas 21 anos. Mas é possível saber que 21 é M.M.C. de 7 e de 3 - dois números perfeitos para quem, até aqui, só surpreende.
        Quem ler estes poemas, vai saber-se num mundo místico - é preciso ser leevre e ser kauêpenetrada para inteirar-se dessa vivência - ou, ao menos, percebê-la.


Sílvia de Cássia dos Santos Paulo,
professora de português, literatura,
redação, poeta e amiga
de Viviane Araújo.










Saudade da cidade. Saudade dos amigos. Saudade dos sonhos um dia
fermentado. Saudades dos momentos vencidos. Saudades do Passado.





Passado
Saudades de B.H.

O que escreverei
Nem eu sei
Mas o passado
Me traz lembranças...

Lembranças de um
Passado presente
De um passado futuro
De um passado...

Passado pode se escrever
Que é o findar;
Pode se escrever
Que é o decorrido;
Pode ser o que começa
A apodrecer;
Pode ser o definido.

Mas o passado é passado.
Não temos que fortificá-lo:
Ele simplesmente é!

As guerras passaram,
E o passado continua indestrutível.
O que acabara de pensar,
É passado.
O último verso que escreverei
Será passado,
Tudo é passado.

Pena que os melhores momentos
Não voltam como
Uma música que acabamos de ouvir

Que pena!
Estou com saudades...

091296





Insustentável Leveza - 29 de abril de 1997
O inconsciente grita. A boca cala. A mão escreve... Vontades, submundos,
alucinações, descobertas resumidas numa Insustentável Leveza.

Insustentável Leveza
... à amiga Denise Brás 


Meu ser paira sobre o ar
Vagueia pelo espaço
E escorrega pelos submundos.
Submundos cheios de perdições
E alucinações que nos levam
A um gritante pedido de socorro.
Ponho-me a refletir sobre
As inconstantes depressões
Deste meu mundo metafísico.

Encontro de todos os lados capitalistas capazes de comerem e digerirem
Agressões que afetam minha sensibilidade de ser pensante...

Sinto que estou sobre lavas incandescentes
Esmaeço, então, em fortalezas de prantos
Pois tudo indica - sou pensante.
Embora aspiro conhecer tudo sei que nada sei
E sinto necessidade do conhecer.

O silêncio, às vezes, chega
Chispando tudo
Ferindo assim meu tímpano
Inquietando minh'alma
Sossegando meu espírito.

Etimologicamente, estaria sobrepondo
Todo o meu ser em um eterno paradoxo.

Quem sabe um dia, eu possa me servir
Saciando minha sede de carne
E minha fome de gozo
Escaldando todo o pensamento conservador
Que no momento me impede.

Não mais quero que a leveza do meu ser
Seja insustentável...

290497






Acorde - 30 de janeiro de 1998
A máquina sangra conspirações de uma nova era. Conclama, num pungente
tom, a vitória de uma derrota. Canção. Verde-amarelismo. Mundo, Acorde!

Acorde

É tarde na cidade
Noticiário revela conspirações
Agressões a seres robóticos
Orientadores maquiavélicos
Conclamam vitória

Efeito estufa ou tempestade
Furacões ou terremotos
Não amedrontam selvagens
Não amedrontam hipócritas

No jardim de singelas boninas
Os vermes arquitetam ataques
Planejam digerir doces mortais

Logo ali, atrás das buganvílias,
Cabeças de criancinhas estoiram
Não suportam o infernal aquecimento

O sol assustado escondeu na bruma
O chão preto deflora calor
O moribundo sonha por afáveis ventos

Sol, ré e dó
É o acorde da canção
É o acorde verde-amarelo
É o acorde mundo

Acorde antes ou perder-se-á
O ônibus espacial para Andrômeda.

300198






Nós - 08 de fevereiro de 1998
Situação comum para todos: ver e viver a vida com a simples sensibilidade de
não estar só, mas de viver entre Nós.

Nós


um dia
sem perceber
te vi,

um dia
sem perceber
nos conhecemos,

um dia
sem perceber
nos tornamos amigos,

um dia
sem perceber
nos sentimos,

um dia
sem perceber
você se foi,
e
um dia
sem perceber
você voltará

será tarde demais...

080298







Resgate a um Naufrágio - 17 de abril de 1998
Indignação das falsidades comumente encontradas. Salvação das virtudes
comumente ignoradas. Regaste de defeituosas personalidades. É mais ou
menos assim o Resgate a um Naufrágio.

Resgate a um naufrágio


Baseado no fato de que sou
A protagonista de minha vida
É que fico angustiada por perceber
Como as pessoas perderam
O real sentido da vida

Ninguém pensa em amor
Ninguém consegue sentir o amor
Ninguém já não consegue amar

A todo instante, vêem-se homens
Com defeituosas personalidades
Gastando seu falso latim
Para vender um peixe
Que nem eles têm coragem de comprar

Ao naufragar o navio de virtudes
A esperança, com medo do pior acontecer,
Colocou um salva-vidas;
Mas muitos têm plena convicção
De que ela também naufragou

Sorte daqueles que acreditam
Que a amizade dura eternamente,
Assim como verdadeiro amor,
Por que na realidade,
A amizade nos traz algo
E depois se manda...
Não levando nada de nós
Além de singelos fatos
E deixando toda uma esperança resgatada

Ontem choveu, hoje fez sol
Ontem foi outono, hoje é verão
Ontem alguém amou, hoje restaram somente saudades...

170498






Homens Quadrados - 04 de maio de 1998
Expressão de poluentes sociológicos através do cubismo messiânico. Pensamentos
flutuantes. Corações sem amor formando uma cepa de Homens Quadrados.



Homens quadrados


Da sacada de um pensamento
Observei quadros flutuando
Cada qual com sua utopia...

O expressionismo de uns
E o cubismo de outros...
Retratavam o expressar
De uma falsa verdade...

À esquerda, não mui obstante,
Um pincel pintava uma
Tardia realidade inexplicável,
Onde as entranhas de um desejo
Fabricaram bombásticos poluentes sociológicos
Capazes de findar com a fantástica exposição
De um anoitecer sem luar...

Corações desvairados de desamor
Traçaram rumos incertos
Incapazes de chegar a lugar algum...

Quadros... seres humanos...
São esculturas messiânicas
Que serão degradadas com o tempo
Mas jamais esquecidas por um lembrar
Enquanto os corações pulsarem
Por um novo amanhecer...

040598






Vestígio de Guerra - 01 de junho de 1998
Manhãs confundidas com noites. Cinza tingindo o céu. Sangue ressecando a terra
 infértil. Choros. Crianças. Mulheres. Homens. Vestígio de Guerra.

Vestígio de Guerra
Num amanhecer
No horizonte,
Viram-se homens dilacerados,
Por civiltares Nicolaítas
Vestidos em vermelho

Numa alameda
Encontraram-se
Enrijecidos cadáveres,
Ouviram-se
gemidos de um chorar
Crianças sem braços
Nenens ensangüentados
Mães sofrendo

Ao longe, um barulho;
Um trem viera buscar
Restos mortais;
Tratados como lixos irrecicláveis
Torrou-os
E eles se foram
Assim como um dia vieram:
Do pó.

010698






Amor Pesadelo - 05 de junho de 1998
Sorrisos. Fingimentos incertos. Desespero. Sonho? Realidade? Prazer? Vida? Amor
Pesadelo.

Amor pesadelo


de meus sensíveis olhos
saíram lágrimas de sangue.
meu coração se contraiu
ao te ver passar
e fingir não me conhecer.


proporcionaste
minutos prazerosos
em minha vida
mas, ao mesmo tempo
os mais angustiantes.


será que um dia
acordarei deste pesadelo
que é te amar?

050698






Pulsante Realidade - 06 de Junho de 1998
Um livro aberto no mês de abril. Palavras novas. Sorrisos recentes. Um olhar
inexplicável. Tintas. Pincéis. Excitação de uma Pulsante Realidade.

Pulsante realidade
No abril
De um pensar
Um sonho repetiu
Recriminações de um desejo

Numa básica camada de cores
Pintaste
Em fortes contrastes
Uma contraditória razão de viver
Onde a liberdade expressou
A certeza do concretizar

O pintar e o escrever
O sonhar e o desejar
São os primeiros fermentos
De um casual conhecer
Contracenado num momento qualquer
Onde o inexplicável foi excitado
Fazendo um dilacerado desconhecer
Desejar-te na fantasia
Desta dificílima realidade
Que é sobreviver
Sem alguém como tu

060698






Instante de Gozo - 10 de julho de 1998
Um sonho. Um orgasmo. Uma utopia. Ilusão do sol não mais raiar para banhar
corpos céticos. Lágrimas de dor num Instante de Gozo.

Instante de gozo


Na viela de Praga
Nossos corpos
Se encontraram...

Não existiam roupas,
E sua boca
Tocou meus seios
E gozamos
Num mesmo instante
O mais frio vinho.

Os pincéis
Pintavam uma pequena
Lágrima de dor
Numa enorme
Tela em azul...

Os olhos abertos
Penetraram o âmago d'alma...

O sol raiou...

Doce ilusão!

100798





Tamanha Pretensão - 17 de janeiro de 1999
Ser mulher ao lado de um ser infértil. Estudar genética para cloná-lo. Adeus
taquicádico. Imaturidade para concretizar Tamanha Pretensão.

Tamanha pretensão


Acordei
Com o gosto doce
De você em mim.

Da genética
Que estudava
Só conseguia,
Aliás, tentava,
Construir um clone
Assim como aquele
Que me amou
Em noites estreladas
Com luas desfraldadas.

Nem as "aberrações cromossômicas"
Nem os "crossing-overs"
Nem as mutações
Foram capazes suficientes
Para repetir
Tamanha criação.

Deixei você partir
Para a jaula
De outro alguém
E,
De mãos atadas
E gestas desatinadas
Espero que possa
Me socorrer.

Não se esqueça de mim!

170199






Palavra - 26 de agosto de 1999
Fértil infertilidade. Sorridente lágrima. Mulher, imperialmente, servil. Composição
de emoções, mumificações, Palavras.

Palavra


com ela
me criei
com ela
me formei
com ela
edifiquei um grande amor
com ela
metamorfiquei-me
com ela
desintegrei-me
com ela
voltearei-me
com ela
cresci
com ela
mapeei-me
com ela
hoje sou
com ela
amanhã serei
com ela
viverei

260899






Instrumento Raro - 27 de agosto de 1999
Manhã noturna de inverno. Corpo nu cor de marrom. Um banho de espumas
de amor. Lábios, mãos, olhos, complexando um Instante de Gozo.

Instrumento raro


Numa noite
De inverno ensolarado
Acordei e contemplei
Teu corpo nu
Estendido sobreINS
A chama do meu desejar.

Toquei em tua pele
(marrom caliente)
E ouvi a harmonia
De um instrumento raro.
Senti, naquele instante eterno,
A espumosa delícia do amor
Nos ensaboar.

Deslizei minha mão
Em tua face
E meus lábios
Tocaram os teus,
Tão pedintes
E solitários.

Serei os olhos
E a fantasia
Concretizou a utopia
De ter teu amor.

270899






Composições - 28 de setembro de 1999
Não existe ano. Não existe mês. Não existe semana. Não existe dia. Não existe
hora. Não existe minuto. Não existe segundo certo para se fazer Composições.

Composições


Faço poema
em noites de chuva
faço poema
em noites de luar
faço poema
em dias de sol
faço poema
em mesas de bar
faço poema
em sala de aula.

Faço poema
pois não tenho meu amor
faço poema
para não ser solitária
faço poema
para esquecer e para lembrar
faço poema
para viver
e quem sabe um dia
te amar.

Faço poemas!

280999







Peça Única - 12 de dezembro de 1999
Canta sem abrir a boca. Encanta. Não possui ídolos pois é matéria morta. É
protagonista e testemunha ocular de grandes amores. É dificilmente manipulado
por leigos. Violão: Peça Única.

Peça única

Não sou poeta
E nem compositor contemporâneo
Não possuo cabelos tropicalísticos
E nem sei as difíceis notas bossais

Não cultuo preconceitos
E nem meus ídolos mitificados como reais
Não falo das guerras mortas e podres
E nem da interminável Guerra Fria

Do tabagismo sistêmico
Sou vítima crua
Para o exílio não fui solução
Apenas acusação

Fui e sou peça única
Em muitas mãos

Sou apenas um violão
Fazendo parte da canção

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