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Em cada ícone "PÁGINAS", ainda em construção, tem parte da minha "arte" antes de chegar ao Drupismo. Apreciem! Agradecidamente, Lee Kauê.

DRUPISMO


d r u p i s m o 
e suas fases


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primeira fase
(técnica drupismo)
2003 a 2004

*preto e branco*

nome da coleção:
"traços, riscos e rabiscos"




TEXTO EXPLICATIVO SOBRE A 
FASE PB DA TÉCNICA DRUPISMO


Sem pretensão de ser eterno ou obra de arte, gestacionou-se a fase preto e branco da técnica drupismo entre as montanhas que circundam a capital mineira. Fase de testes: de riscos, de traços, de rabiscos, de tintas e de monocromias. Indicando pouca (ou nenhuma) experiência, o oito ou oitenta que faz parte dos inflexíveis, dos imaturos e, por isso mesmo, humanos. Humano que busca vencer em si mesmo para garantir sua própria metamorfose.
Fazem parte desta coleção 23 obras – desenhos/pinturas. Nelas, a inspiração se deveu a circunstâncias de rompimentos da primeira fase da vida. Término da faculdade, corte do cordão umbilical, saudade asfixiante do rompimento do primeiro amor, dos amigos que se apresentavam como excelentes escolas, mudança do Sul de Minas para a Capital Mineira.
A arte pode ser inútil, como dizem alguns intelectuais, mas para Lee Kauê representa quem é, como é, onde está, o que sente e o que tem. Enfim... A arte apontou um caminho para buscas de riquezas de valores infinitos. Os desenhos em branco em preto representam um período de ingenuidade sem inteligência, mas não despido de sentidos vários para a época (momento/período). E para isso a arte é útil.
Preto e branco. Branco e Preto. Preto é associado a trevas, luto, ausência. O branco é associado à luz, à paz, à união de todas as cores. Sendo soma ou ausência. A dualidade do negro e do branco é, de um modo geral, a da sombra e da luz, do dia e da noite, do conhecimento e da ignorância, do yin e do yang, da terra e do céu. Essa fase, para a artista, indica uma ausência predestinada a ser preenchida. Uma falta provisória de identidade na pintura e na vida.
“A obra de um artista nada mais é que um produto da mente do artista e não o artista em si” (1). E como produto pode ser útil, ou não. Pode ter beleza, ou não. Pode ter harmonia, ou não. E por ser oriundo da mente pode conter mentiras, covardias, desejos, fracassos, imaturidades, ou não. Como também pode ser arte – ou não, também.
Houve necessidade de nomear as obras, para assim fornecer uma pista ao público curioso em descobrir o todo em conjunto ou desfragmentado da coleção. Por isso todos os desenhos são acompanhados de poema. Entretanto o poema de cada obra não é um retrato fiel do que o poema e a obra podem representar a cada um que se permitir contemplar do todo aos mínimos detalhes. Desafia-se!
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Tomando café da manhã na casa dos mofos no dia 23 de outubro de 2011 às 12h30min, aniversário da minha sobrinha Lorena, ouvindo Chico Buarque.
(1) Masaharu Taniguchi














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segunda fase
(técnica drupismo)
2004 a 2007

*vermelho*

nome da coleção:
"identidade"



TEXTO EXPLICATIVO SOBRE A 
FASE VERMELHA DA TÉCNICA DRUPISMO

Essa exposição da artista plástica e poeta mineira Lee Kauê é composta de 60 desenhos retratando a fase vermelha da técnica “drupismo”. Essa técnica tem sido desenvolvida desde 2003. Cada desenho é acompanhado de poema. Alguns poemas são poeta Dicássia e outros da própria Lee. Foram desenhos feitos no período que viveu em Minas (Alfenas, Belo Horizonte e Belo Vale), Goiás (Faina), Mato Grosso (Araputanga) e agora em São Paulo (Presidente Prudente). Foram períodos de buscas profissionais e de identidade na pintura e também na poesia.
Por que “Drupismo”? O artista Jackson Pollock entre as décadas de 40 e 50 desenvolveu uma técnica de pintura, criada por Max Ernest, chamada 'dripping' (gotejamento) na qual respingava a tinta sobre suas imensas telas; os pingos escorriam formando traços harmoniosos e pareciam entrelaçar-se na superfície da tela. Pollock não usava pincéis.
As pessoas com as quais Lee convivia em rodas de botecos em Minas, referiam-se à técnica de Max Ernest, ‘dripping’, e o som que Lee Kauê entendia era “drup”. Veio daí a idéia de nomear essa técnica por ela desenvolvida de “drupismo”, uma vez que cada desenho surge a partir do nanquim escorrido no papel, em traços que se entrelaçam, e esse entrelaçar ela preenche com desenhos ora engraçados, ora medonhos, ora traços e riscos comuns.
Por que vermelho? Para retratar uma fase vibrante, transbordante de vida na qual ocorreram transformações, em que coragem, paixão, dinamismo, rupturas, dores e inquietações fizeram-se presentes na vida da artista. Sem contar que neste período ela viveu em cidades de temperatura muito quente, diferentemente do que estava acostumada no sul de Minas.


Brotação
 (pintura de Lee Kauê e poesia de Dicássia)

Reconstituindo
Teus pensamentos
No ponto a ponto
De tua história
Encontras velhos
Tijolos infantis
Joelhos tensos

Não te dobras
E ranges os dentes
Escondida na estampa
Escancarada
Nos teus poros
De esporos recorrentes

Tu te brotas
Tu te matas

És doente






Faces
(pintura e poesia de Lee Kauê)

de menina
que com alegria
ensina

de mulher
de homem
que se consomem

em usinas
de tristezas
vazios e solidão

e poucos pensam
que a paz
alegria e paixão
são colheitas do fruto
que se faz
em cada instante
de movimento

da nossa roda gigante
de sossego e tormento








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terceira fase
(técnica drupismo)
2007 a 2010

*amarelo*

nome da coleção:
"dores de viver"



TEXTO EXPLICATIVO SOBRE A 
FASE AMARELA DA TÉCNICA DRUPISMO

Essa exposição da artista plástica e poeta mineira Lee Kauê é composta de 20 desenhos retratando a fase amarela da técnica “drupismo”. Essa técnica tem sido desenvolvida no decorrer dos últimos anos. Cada desenho é acompanhado de poema da Dicássia e também da própria Lee. O poema de cada obra não é um retrato fiel do que o poema e a obra podem representar a cada um que se permitir contemplar do todo aos mínimos detalhes. Simplesmente querem sintetizar um período vazio e complexo de uma balzaquiana que vive a vida de maneira petulante. Foram desenhos confeccionados no período em que se decidiu cumprir o “dharma” de sair do Mato Grosso (Araputanga) e vir para São Paulo (Presidente Prudente). Foi período de atenção, coragem, autoconhecimento, encontros e despedidas. E que por isso e para isso jogou sem saber jogar e perdeu. Amou querendo ser amada e foi traída. Viajou em estradas desconhecidas e foi muito bem recebida. Buscou do nascer ao pôr do sol construir o maior patrimônio que alguém pode ter: amigos. Amigos que souberam mostrar o norte e o sul mesmo sem estarem presentes nos momentos de dores, alegrias, auto-curas, medos, inspirações... Cada obra uma história de busca de quebra de máscaras sociais agradáveis aos olhos e tão feias ao coração e a Deus. Para assim encontrar o eu verdadeiro que insistimos e não conhecer durante a vida.
Assim como a história de um livro é do autor somente enquanto ele a escreve, o público curioso e admirador da arte tem total liberdade para desafiar-se e nomear de cômico, esquisito, patético, diferente ou belo cada obra, pois a beleza está no que, através dos olhos, desperta o coração para todos os sentidos.
Por que “Drupismo”? O artista Jackson Pollock entre as décadas de 40 e 50 desenvolveu uma técnica de pintura, criada por Max Ernst, chamada 'dripping' (gotejamento) na qual respingava a tinta sobre suas imensas telas; os pingos escorriam formando traços harmoniosos e pareciam entrelaçar-se na superfície da tela. Pollock não usava pincéis. As pessoas com as quais Lee convivia em rodas de botecos, em Minas, referiam-se à técnica de Max Ernst, falando sobre o ‘dripping’, e o som que Lee Kauê entendia era “drup”. Veio daí a idéia de nomear essa técnica por ela desenvolvida de “drupismo”, uma vez que cada desenho surge a partir do nanquim escorrido no papel, em traços que se entrelaçam, e esse entrelaçar ela preenche com desenhos ora engraçados, ora medonhos, ora traços e riscos comuns.
Por que Amarelo? Coragem para seguir com atenção. Correndo o risco de ser atropelada por pensamentos, apegos, medos, inconstâncias, desconhecidos e até pela velocidade cromática que forma a partir da mistura do preto (base), branco (fundo) e amarelo (atenção). Cor do terceiro centro de energia, fogo, pâncreas. Posição do plexo solar - umbigo. Trabalho de natureza pessoal com aspectos de emotividade, afetividade, estímulo, raiva e impulsividade. Por que o que frustra nutre. O que cega ilumina. O que paralisa move, e o que induz à dor e à angústia gera esperança e alegria para viver desapressadamente sem comprometer os resultados.
(Lee Kauê - Tomando café da manhã na casa dos mofos no dia 19 de setembro de 2009 às 10h02, ouvindo um grupo de música de BH chamado “ELAS”.)




Noite de lua pela janela
(pintura de Lee Kauê e poesia de Dicássia) 

Olha meu pai nos vigiando
Veja os olhos verdes
Nos amarelando
Sente a pele preta
Embranquecida
Vertida toda a sede
No sorriso burlado
Teus cabelos despenteados
Pelo melhor secador
Tua dor de te saberes

Fabricada

Eu te amando
E tu, fingidas
Tuas verrugas
Tuas vendetas
Nossas longas veredas
A dor certa das cerdas
Que escovam nosso partir

E nem pai
Nem mãe
Ninguém a sorrir





Cadafalso do Amor
(pintura e poesia de Lee Kauê) 

vimasumape, vimapemasu
masumapevi, masuvimape
mapevimasu, mapemasuvi
e desde o início eu nada entendi

apenas senti

e sem ti, aprendi
que num triângulo
alguém é executado
alguém é machucado
alguém vai embora

quem machuca é executado
quem é machucado revive
quem vai embora
encontra a felicidade
e vive com discernimento
outro novo e melhor
relacionamento
  
Casa dos Mofos, 06 de setembro de 2009. 12h50. 
Café da manhã, ouvindo Zeca Baleiro.



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quarta fase
(técnica drupismo)
2011 a 2013

*verde*

nome da coleção:
"da peroba ao bambu"






Sobre a Exposição: Da Peroba ao Bambu
A artista plástica e poeta mineira Lee Kauê, nesta nova exposição, apresenta 20 desenhos/pinturas da fase verde da técnica “drupismo”, desenvolvida no decorrer dos últimos anos. Cada desenho é acompanhado de poema da Poeta Dicássia e também da própria Lee. Poemas e obras podem ser contemplados separadamente, pois assim são criados. E, mesmo que haja ligação íntima entre eles, a cada contemplador é dada a liberdade do recriar. Nesta fase verde, entretanto, a palavra é flexibilidade. E Lee Kauê oferece ocasião e circunstância para exercitá-la no contemplar das novas obras., quando se descobre que não se está diante do verde da imaturidade, mas do bambu. A artista busca sair do seu estado de peroba, da rigidez da madeira de lei, do ad æternun. E Lee se transmuta da peroba ao bambu. Paciência, determinação, serenidade, coragem – bambu. Semente, bulbo, broto que se projeta acima da superfície, após anos do trabalho incessante das raízes, crescendo, crescendo, fortalecendo-se, corajoso e determinado, pacientemente tornando-se forte e duradouro, descartados os imediatismos que sacrificam os resultados. Simplesmente fazer o que tem que ser feito, no momento certo. A proposta do bambu é belíssima: firmeza sem rigidez; elegância sem exibicionismo; altivez sem arrogância. Os nós, resistentes, dando limites e garantindo a integridade; o todo composto de todas as partes. As atitudes moderadas e os limites corretos, auto-impostos com consciência, são a base da ética e da formação do todo. Diante de um vendaval o bambu se curva; já uma árvore rígida, feito a peroba, pode se quebrar. As circunstâncias da vida exigem flexibilidade e resiliência, e para adaptar-se a elas é preciso que nossos corpos (espiritual, astral, etéreo e carnal) não tenham posturas rígidas. Segundo os sábios orientais, a rigidez é sinal de morte. Flexibilidade é sinal de vida. Uma planta viva é flexível, uma planta morta é rígida. Flexibilidade significa capacidade de não resistir às coisas naturais que nos acontecem. A não-resistência evita danos. Tentar evitar alguma coisa natural é se opor aos impulsos da vida. É o vazio interior que garante as qualidades do bambu. O vazio é a origem de boas qualidades - não pela ausência, mas pelas possibilidades que ele abre ao poder ser ocupado. Assim, cada obra representa - até mesmo pela maneira como surgem os desenhos/pinturas - a descoberta de aprender como os vazios necessitam ser preenchidos. E diga-se o óbvio, lugar-comum sobre outras exposições: o público curioso e admirador de arte tem total liberdade para desafiar-se e nomear de cômica, esquisita, patética, diferente ou bela cada obra, pois a beleza está no que, através dos olhos, desperta o coração para todos os sentidos.

Sobre a Fase Verde
Por que Verde? Por ser uma cor que remete à necessidade de se empatizar com os demais. Buscar harmonizar a natureza divina do “eu” através da natureza viva ou morta. Exercitar a proliferação, com discernimento, de palavras de carinho com docilidade. Exercitar gratidão pelos traumas, tristezas e tempestades - pois são eles que deixam forte nossas raízes. Quebrar ciclos, desintegrar carmas. Entendimento da cura através de práticas – acupuntura, homeopatia, magnetoterapia, meditação, Seicho-No-Iê e Fé Bahaí. Mudança do significado de terminologias ensinadas como corretas ao eu infantil. Anulação temporária da vida e da alegria – minúscula - para em seguida renascer com frescor e crescer com exuberância e estabilidade maiúsculas. Realização do desejo de ser amado, reconhecido, útil, elogiado e livre.

Sobre a técnica Drupismo
“Drupismo”
(Texto de Lee Kauê e Dicássia, Presidente Prudente-SP e Poços de Caldas-MG, 26 de setembro de 2012.)



Lee Kauê é o nome artístico da farmacêutica e poeta mineira Viviane Araújo de Lima. Nasceu em Campos Gerais-MG, e ainda criança foi para Alfenas-MG, onde fez sua graduação em Farmácia. Lee deu seus primeiros passos nas artes no mesmo período em que ingressou na faculdade, em 1998. Desde então passou por vários campos da arte e do artesanato, em diversas cidades de diversos estados brasileiros. Morando em vários Estados (Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e São Paulo) e convivendo com diversas culturas, buscou desde suas primeiras pinceladas uma identidade para expressar-se. E encontrou esta identidade na técnica que vem sendo desenvolvida nos últimos anos, denominada “Drupismo”. Drupismo não é somente uma técnica de desenhos/pintura é algo um pouco mais amplo, que envolve também a maneira de expor o trabalho em algum espaço, onde a regra é que toda obra seja exposta com um poema. Mas isso não significa que toda obra exposta com poema é Drupismo. De 1998 até os dias atuais somam-se mais de 30 exposições da artista. Publicação dos livros de poesias: “Retratos de um Pensar”, em 2000, e “Jujubas, whisky, sexo e rusgas”, em 2010, e sempre novos livros em apreciação. Criação e execução de Projetos Culturais na cidade de Alfenas-MG (“Tempestades de Idéias”, “Unifenas também faz Arte!”, “Crescendo com Arte”, “Arte Artesanato”). Organizou exposições e eventos culturais em Minas e no Mato Grosso; ministrou cursos de artesanatos; teve obras vendidas para diversos artistas.  A dedicação continua nos livros que estão em apreciação, ao aperfeiçoamento da técnica “drupismo” (em processo de amadurecimento) e na carreira de Farmacêutica. 






 Sílvia de Cássia dos Santos Paulo, a Dicássia, é curda por não ter pátria. Nascida lá, criada ali, vivendo acolá, a poeta vive a se perder nesta tentativa constante de se achar. Poetisa, professora, bancária – artista. Contista bissexta, cronista anacrônica, a poeta Dicássia nasceu em Governador Valadares, MG, em 74. Das pedras do oeste mineiro fez-se o minério, que o trem de ferro levou a Vitória/ES.

        Primeiras letras, primeiros cantos, concursando pelas mãos da Diretora Saudemia, do GE José Maria Ferreira, em Cariacica.
        A família muda-se para Alfenas, trazendo a mineira a outra experiência – adolescer em meio às montanhas e à beira de represas.
em Nova Serrana
E vem de volta ao Sul de Minas, em Poços de Caldas se escaldar na família que tanto ama.
        E é em Poços que Lee a desenterra para se mostrar.
        “Jujubas, whisky, sexo e rusgas”, livro de poemas publicado numa diagramação amalucada com Lee Kauê, traz à tona alguns de seus poemas.
        E ao lado de Lee Kauê deixa surgir um algo de sua literariedade em projetos diversos – atualmente, expondo na fase verde do Drupismo.






“Dedica-te com afinco aos afazeres cotidianos. Não existe nem nobreza nem baixeza no trabalho em si. A nobreza ou a baixeza está na atitude com que trabalha”.

Masaharu Taniguchi (1893-1985)
Fundador da Seicho-No-IE







“Jamais olhos mortais haverão de reconhecer a Beleza eterna, nem o coração inanimado deleitar-se em outra coisa que não a floração esvaecida. Pois semelhante procura semelhante e tem o prazer em associar-se à sua própria espécie “.

Bahá u lláh

 (1817-1892)
Fundador da Fé Bahá´í